domingo, 3 de outubro de 2010

Daniel


 Um dos quatro profetas maiores, embora ele nunca seja mencionado como profeta no Velho Testamento. A sua vida e profecias estão registradas no Livro de Daniel. Era descendente de uma das famílias nobres de Judá (Dn 1:3) e nasceu provavelmente em Jerusalém em 623 a. C., durante o reinado de Josias. Quando se deu a primeira deportação de Judeus, por Nabucodonosor (o reino de Israel tinha chegado ao seu fim quase um século antes), ou imediatamente a seguir à sua vitória sobre os egípcios, na segunda batalha de Carquemis, no quarto ano do reinado de Jeoaquim (606 a.C.), Daniel e outros três jovens da nobreza foram levados para a Babilônia, juntamente com parte dos vasos do templo. Aí ele foi obrigado a entrar para o serviço do rei da Babilônia e, de acordo com os usos dessa época, recebeu o nome caldeu de Belsazar, i.e., "Príncipe de Bel", ou "Que Bel proteja o rei!" É provável que morasse no palácio de Nabucodonosor, agora apenas um montículo de ruínas de terra sem forma, denominado por Kasr, na margem direita do rio.

O treino que teve nas escolas dos sábios da Babilônia (Dn 1:4) tinha como objetivo prepará-lo para servir o império. Neste período, distinguiu-se pela sua devoção sincera e observância estrita da lei (Dn 1:8-16), ganhando a confiança e a estima dos seus superiores. O hábito de se concentrar e prestar atenção a tudo, adquirido durante os seus estudos em Jerusalém, tornou-o apto a dominar a ciência e o conhecimento dos caldeus e a ser melhor do que os seus companheiros.

Após três anos de disciplina e treino nas escolas reais, Daniel foi distinguido pela sua competência no campo da "ciência" do seu tempo, sendo, então, inserido na vida pública. Logo ficou conhecido pela sua capacidade em interpretar sonhos (Dn 1:17 e Dn 2:14) e foi elevado ao cargo de governador da província da cidade da Babilônia, tornando-se no "Príncipe dos governadores" e sendo colocado sobre todos os sábios da Babilônia. Ele tornou conhecido e interpretou o sonho de Nabucodonozor; e muitos anos depois, quando já era bem mais velho, por entre o alarme e a consternação da terrível noite em que se deu o banquete de Belsazar, ele foi chamado, a pedido da rainha mãe (talvez Nitocris, a filha de Nabucodonosor), a fim de interpretar o que uma mão misteriosa escrevera na parede. Foi recompensado com uma veste púrpura e elevado à posição de "terceiro dominador". O lugar de "segundo dominador" era ocupado por Belsazar, em associação com o seu pai Nabonido, que ocupava o trono (Dn 5:16). Daniel interpretou o que tinha sido escrito e "naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus".

Após a conquista da Babilônia, Ciro, que era agora senhor de toda a Ásia, desde a Índia até aos Dardanelos, colocou Dario, um príncipe da Média, no trono e durante os dois anos do seu reinado, Daniel ocupou a posição de primeiro dos "três príncipes" do império, ficando, assim, praticamente à frente de todos os negócios e interessando-se, sem dúvida, pelo futuro dos judeus cativos (Dn 9:1-27), tendo, finalmente, a alegria de os ver voltar à sua terra, embora ele próprio não tivesse voltado com eles, permanecendo na Babilônia. A sua fidelidade a Deus expô-lo a várias perseguições, tendo sido atirado para uma cova com leões mas sendo milagrosamente salvo; após o que Dario emitiu um decreto, exigindo reverência para com "o Deus de Daniel" (Dn 6:26). Ele "prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o Persa", a quem terá influenciado grandemente no que se refere ao decreto que pôs fim ao cativeiro (536 a.C.)

Teve uma série de visões proféticas que lhe foram dadas por Deus e que concederam ao povo de Deus uma esperança de um futuro glorioso, as quais devem ter transmitido paz e felicidade ao seu espírito na sua velhice, futuro pelo qual ele esperou, no seu posto, até "ao fim dos dias". O momento e as circunstâncias da sua morte não estão registradas. É provável que ele tenha morrido em Suza, com cerca de 85 anos.Ezequiel, de quem ele foi contemporâneo, menciona-o como um modelo de justiça (Dn 14:14,20) e sabedoria (Dn 28:3).

Ezequiel, de quem ele foi contemporâneo, menciona-o como um modelo de justiça (Dn 14:14,20) e sabedoria (Dn 28:3).

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